quarta-feira, 21 de maio de 2014

Novos Tempos? Revista católica, Vida Pastoral lança edição falando sobre respeito à homossexualidade com base no amor.

Não há dúvidas que o Catolicismo vem mudando, e rapidamente, o jeito de abordar a homossexualidade, dentro e fora da igreja.
Quando Para Francisco foi eleito pelo colegiado de Cardeais para comandar a Igreja Católica, havia em todos os veículos de comunicação, inclusive nós, a tensão de que seria mais um Papa que deveria entrar na luta contra a liberdade de expressão e direitos da população LGBT. Estávamos enganados...
A caminho de Roma, logo após as comemorações da Jornada da Juventude no Rio de Janeiro, o Papa deu uma entrevista de 90 minutos a repórteres. Uma das perguntas era exatamente sobre a homossexualidade, e foi a primeira vez que Francisco falou sobre o assunto. Na ocasião, disse que, "Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas integrados à sociedade..." Veja a matéria AQUI.
Outra surpresa, e bem vinda, foi a publicação de uma carta oficial da Arquidiocese de São Paulo apoiando a luta por direitos e se mostrando não só preocupada, mas também atenta a violências praticadas por homofobia em São Paulo e no Brasil. Na carta, a entidade dizia não poder mais se calar diante dos fatos e da realidade da população LGBT. Veja a matéria AQUI



Nesta semana a conceituada revista Vida Pastoral, vinculada à editora católica Paulus anunciou a próxima edição que trará artigos principais sobre a fé cristã e a sexualidade homoafetiva. 
A edição traz a discussão sobre as " questões de ética sexual (1975)", a "Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais (1986)". Nesses documentos, Pe. José A. Trasferetti; Pe. Ronaldo Zacharias fazem uma releitura e uma interpretação dos documentos católicos que falam sobre o que chamam de "prática homossexual". É visto basicamente a condenação e a rejeição de homossexuais quanto a religião e a fé cristã, talvez algo a se considerar seria também a época em que os textos foram publicados. 
Já no documento "Catecismo da Igreja Católica (1992)", a igreja começa a mudar de forma tímida o olhar do dogma e do fundamento cristão. Onde antes até a declinação homossexual era combatida, agora a carta diz, "Quanto às pessoas homossexuais, elas devem ser acolhidas “com respeito, compaixão e delicadeza” (…); deve-se evitar para com elas “todo sinal de discriminação injusta” (…); “são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida..."
No fim da edição, os Padres compilam os documentos e chamam a atenção da sociedade para que a homossexualidade não seja só vista religiosamente, mas de uma forma geral, socialmente. Mais do que isso, chamam os cristãos a viver no amor, pelo amor e com amor. Assim escrevem; 
"...Apesar do rigor doutrinal dos documentos do Magistério, é possível construir uma ação pastoral cujo mote central seja o acolhimento amoroso e o combate ao preconceito moral e à violência social contra as pessoas homossexuais."
"O amor pode ser assumido como o sentido de todo projeto de vida e, até mesmo, como o projeto de vida por excelência. E isso não é prerrogativa exclusiva das pessoas heterossexuais!"

Na conclusão dos textos, de forma clara e objetiva, os Padres perguntam, "Não seria hora de pensarmos numa “teologia da cidadania homossexual” que encontre ressonância nos documentos do Magistério, uma vez que a solicitude pastoral está contemplada no amor e no combate à violência? Pessoas homossexuais devem ser tratadas com respeito e dignidade."
Além disso, é claro o empenho que se pede contra a violência por consequência da orientação sexual e as injustiças sociais.

Vocês podem e DEVEM ( rsrs ) conferir o documento clicando AQUI

Sinceramente, não sabemos a proporção e os objetivos que essas mudanças nos trarão em um futuro longo ou tão próximo, mas ver que a Igreja Católica que ainda move milhões de pessoas no mundo está redigindo sua história, se debruçando a entender e caminhar junto à realidade e ao tempo que está é uma grande vitória.
Não de quem ainda prefira criticar o catolicismo por suas atrocidades históricas, mas antes um dogma revisto que uma mente vazia como a de muitos protestantes, principalmente no Brasil, que estão cada vez mais alienados na "cura" da homossexualidade e empenhados a nos manter com minorias e em guetos. 
Por Erik


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